segunda-feira, 31 de agosto de 2009

AI DE TI AÍDA( OU O GRITO DA INDEPENDÊNCIA)


Não sou ignorante no assunto, mas não sei diferenciar uma ópera de Verdi de uma de Rossini. Havia ganhado dois convites para assistir a montagem de Aída, no Estádio Independência. A ópera duraria quatro horas e minha mulher não estava disposta a ir.
Decidi perguntar a dois amigos. O primeiro, músico, disse que não iria nem amarrado e outro, que entende de ópera, disse que Aída era a obra-prima de Verdi. Acabei convencendo Vá a ir.
Estava frio e ventava, o estádio é aberto, Vá queria voltar e pegar um casaco, mas eu a convenci a ficar. A cada intervalo as pessoas poderiam sair para ir ao banheiro ou comer. Com o passar dos atos o frio aumentava e as cadeiras ficavam desconfortáveis. No último ato o maestro não apareceu, o público cochichava, tossia e muitos iam embora.
Passados vinte minutos um gaiato gritou:
- Vai sem maestro mesmo!!!
Pronto! O estádio veio abaixo, uns criticaram, outros aplaudiram, assoviaram, foi uma baderna.
Por sorte, o maestro apareceu e regeu o último ato. Agora não sei se vou nessa outra montagem de Aída, nem é tanto pela música, mas duvido que seja tão memorável quanto aquela fria de 1995.

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